terça-feira, julho 21, 2009

BMW 335i, pronto para o ataque



Fabio Aro
BMW 335i

A identificação 335i na traseira já era um sinal. Nos carros da marca, ela denuncia que lá na frente, do outro lado do carro, há um motor de seis cilindros gerando força para as rodas de trás. Mas a sigla numérica não entrega o jogo. Não há na lataria nenhuma alusão de que o sedã aí da foto tem turbo. Turbo, não. Turbos. É aí que a gente começa a entender por que o 335i tem suspensão rebaixada e pneus de perfil tão baixo: sob o longo capô, há um motor de seis cilindros em linha capaz de gerar 306 cavalos de potência e torque de 40,8 kgfm a partir de 1.300 rpm. Sabe o que significa isso? Quando você rela o pé no acelerador o suficiente para tirar o motor da marcha lenta, já está na faixa de torque máximo.

No BMW 335i, todas as reações são rápidas. Acelerador, freios e direção respondem instantaneamente às ações do motorista. Quer fazer uma ultrapassagem? Basta um leve movimento no volante, um toque no acelerador e já pode voltar para a faixa da direita. Antes que você consiga falar “BMW” o outro carro já está ficando para trás. Agradeça às duas turbinas. E também ao “M” no volante e na soleira das portas. A divisão Motorsport entrou apenas com a aparência: o carro vem com um kit esportivo que inclui (além do volante e da identificação nas soleiras) rodas, bancos e detalhes no painel. Mesmo sem mexer na mecânica, o 335i deu show na pista: fez 0 a 100 km/h em 5,6 segundos e retomou de 40 a 80 km/h em 2,8 segundos. O 335 não faz feio nem perto de M3!

Fabio Aro
A saída dupla de escape denuncia o motor seis cilindros

Não é só desempenho. Assim que se aperta o botão de ignição (não é preciso usar a chave), um ronco forte deixa evidente que o sedã não está lá para brincadeira. As duas grandes saídas de escape confirmam as más intenções do modelo alemão.

Se a reação rápida do acelerador pode ser creditada aos 306 cv do motor e aos 40,8 kgfm de torque a baixíssima rotação, as respostas diretas do volante são devidas ao sistema de direção ativa, o Active Steering. Em baixas velocidades, ela é muito direta: basta um leve movimento para um grande esterçamento de rodas. Com o aumento de velocidade, ela vai se tornando mais indireta, para evitar reações muito bruscas. Faróis de xenônio acompanham as curvas.

Fabio Aro
As rodas aro 18 com pneus de perfil baixo são parte do kit Motorsport

Antes de falar do comportamento da suspensão (para variar, mais um ponto positivo do carro), preciso criticar as alavancas de marcha no volante. Enfim, um defeito! O 335 tem duas alavancas para trocas manuais. Até aí, tudo normal. A questão é que o acionamento não é natural. Geralmente, a direita serve para aumentar marchas, enquanto a esquerda reduz. No BM, pode-se aumentar e reduzir em ambas: puxando-se as alavancas, as marchas são crescentes. Empurrando-se com os polegares, elas reduzem. É estranho. Antes de voltar aos elogios, vamos ao preço: a BMW pede R$ 271 mil pelo 335i...

DICAS DE SEGURANÇA



Saiba como escolher a blindagem do seu carro

Com o aumento da violência no Brasil, cresce também a procura pela blindagem de carros. O serviço, que não ultrapassava as 3 mil unidades por ano, em 1999, pulou para 5 mil no ano passado. Para 2001, o setor projeta um crescimento de 6 mil novos carros blindados nas ruas de todo país. Porém, muitas pessoas não sabem exatamente o que implica a realização dessas alterações no automóvel, assim como os itens que devem ser verificados na instalação da blindagem no veículo.

O que é a blindagem
A blindagem de automóveis foi desenvolvida como recurso de proteção para projéteis disparados contra a área externa do veículo. A superfície externa é classificada em duas regiões: opaca e transparente. Na região opaca a proteção é construída com chapas de aço ou com mantas de aramida, um material que absorve a energia do impacto. Na região transparente, o vidro deve permitir a segurança contra o projétil, enquanto preserva o necessário grau de transparência, para não afetar as condições de dirigibilidade e conforto ao dirigir.

Devido à baixa resistência intrínseca dos vidros, a solução consiste em construir placas com camadas intercaladas de vidro e policarbonato, formando assim sanduíches que são capazes de resistir aos projéteis. A escolha dos materiais e sua espessura é feita em função do nível de proteção escolhido. A qualidade dos materiais empregados é fator importante para a obtenção da resistência requerida, diretamente relacionada à segurança da blindagem.

Normatização
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos desenvolveu uma Norma NIJ 0108.01, que estabelece os diferentes níveis de blindagem. A cada nível está vinculada uma quantidade de energia associada ao impacto, que depende da massa, velocidade e calibre (forma) do projétil. São seis os níveis. Por exemplo, a blindagem nível 2 resiste ao calibre 357 Magnum, enquanto a blindagem nível 3 resiste ao calibre 44 Magnum.

No Brasil não há ainda uma norma brasileira NBR sobre o assunto. Estão sendo tomadas iniciativas para a formação de um SubComitê Técnico do Comitê Automotivo CB05 da ABNT, tendo o IQA (Instituto de Qualidade Automotiva) encaminhado ofício neste sentido. A regulamentação é importante, à semelhança da existente nos EUA e também na Europa, para orientar a qualificação técnica das empresas e melhor atender às necessidades dos consumidores.

Como é realizada
Para que o veículo possa ser blindado, é necessário desmontar algumas de suas partes para a instalação dos materiais de blindagem. Inicialmente é definido o nível de blindagem (2,3,...), que vai determinar as características dos vidros, mantas e chapas de aço. Em seguida os materiais de blindagem são preparados (cortados segundo as dimensões requeridas) para adaptação em cada tipo de veículo. Aqui é importante que a adaptação recubra toda a superfície do veículo para garantir a segurança de não haver penetração do projétil.

Algumas regiões, em particular, devem receber atenção especial, como a extremidade dos vidros na junção com as portas e carroçaria, onde deve ser previsto um recobrimento de aço (overlap). Deve ser definido se os vidros serão fixos ou móveis, pois os vidros móveis requerem adaptação do mecanismo elevador e exigem cuidados na sua utilização pelo usuário. Em média a blindagem acrescenta ao peso do veículo o equivalente a 2 pessoas adultas.

Caso o perfil de uso do veículo não inclua sua utilização com plena carga (cinco passageiros mais bagagem), o impacto sobre a suspensão e outros sistemas não é significativo. Se o veículo for constantemente utilizado com plena carga, deve ser prevista a adaptação da sua suspensão durante o processo de blindagem. Uma vez concluída a instalação dos materiais, o veículo recebe novamente seu revestimento interior e o acabamento para preservar sua aparência original.

Como adquirir o serviço
Ao adquirir um serviço de blindagem de veículo, o consumidor deve esclarecer algumas informações sobre a blindagem, a garantia da qualidade do serviço e as orientações aplicáveis para o uso correto do veículo. Deve-se definir junto à empresa executora da blindagem o nível de proteção requerido e esclarecer as opções disponíveis de serviço (vidros móveis ou não, alteração da suspensão, revisões pós serviço etc.). Verificar as condições de garantia e de contrato (prazos, condições de pagamento, entre outras).

Também é importante solicitar referências que demostrem a experiência no serviço e nível de satisfação dos clientes. As empresas prestadoras deste serviço devem realizar a qualificação dos seus fornecedores de materiais de blindagem, verificando através de testes balísticos reais (periódicos) a sua resistência. Empresas que possuem certificados de qualidade, devem ter implementado controle nos seus processos, o que confere maior confiabilidade no resultado do serviço.

A empresa que realizou a blindagem deve fornecer ao cliente as informações necessárias para o uso correto do veículo, e sua manutenção. Deve explicar com clareza as condições de garantia e esclarecer dúvidas de operação. A depender do nível de blindagem e optando por ter vidros móveis, o usuário deverá ser alertado para não bater a porta com os vidros parcialmente abertos, por exemplo. Ao fazê-lo, o usuário poderá provocar danos aos vidros ou pontos de fixação. Esta é uma condição normal devido ao peso do vidro, e não é uma deficiência do projeto ou execução do serviço (condição de contorno de engenharia).